OS DOIS LADOS DA MOEDA
Iniciamos nossa negociação coletiva de 2016, depois de 5 assembleias lotadas e prestigiadas pelos trabalhadores onde votamos e formalizamos nossa pauta de reivindicação.
Esperávamos que depois de tantas reportagens e divulgações sobre o esplendoroso crescimento do cooperativismo de crédito em 2016, o Patronal analisasse nossas reivindicações com mais respeito e consideração. Mas infelizmente o que vimos foi mais uma vez uma total falta de consideração com os trabalhadores, é como se todo o resultado gerado pelas Cooperativas de Crédito fosse resultado exclusivo do esforço deles. O trabalhador também é parte da Cooperação, carrega consigo muita dedicação e respeito ao Cooperado e à Cooperativa em que trabalha, não só veste a camisa mas transforma em sua segunda pele, suada e marcada pelo dedicação incondicional ao sucesso de sua Cooperativa.
A proposta entregue pela OCEMG, formalizada pela Crediminas e Pela Cecremge, mostra o outro lado da moeda, o lado do descaso com os empregados.
Tanto crescimento do Sicoob exaltado na mídia não será compartilhado com os empregados? Eles não merecem mais? Eles não lutaram para alcançar estes números?
O Sintracoop, pelo relacionamento próximo que possui com as Cooperativas em toda Minas Gerais, acredita que esta não é a proposta verdadeira das Cooperativas, os dirigentes que laboram lado a lado com o empregado sabem reconhecer melhor seus pares, sabem de suas necessidades e gostaria de agora na hora da negociação coletiva premiarem seu empregados com uma negociação justa e coerente com a realidade.
O trabalhador vai passar os próximos doze meses de sua vida com este salário e tíquete refeição, se for mal negociado o reajuste agora, as Cooperativas singulares precisarão rever suas folhas de pagamento durante o ano e isso não é bom para ninguém.
O custo da folha de pagamento de uma Cooperativa de crédito não passa de 3% de suas receitas totais, sobram 97% das receitas para as Cooperativas acertarem seus orçamentos. Nenhuma cooperativa passa dificuldade por conta de reajuste de salário. Não será um ganho real de 1% e um tíquete de R$29,00 que irá tirar postos de trabalho, pagar indenizações trabalhistas nas rescisões sairá mais caro para os patrões. Lembrando que todos os especialistas de mercado preveem redução da SELIC em 2017 e consequente e imediata redução de despesas para as Cooperativas de crédito.
O trabalhador precisa e merece mais.
As centrais já circularam cartas, informando antecipação de reajuste de 8,5% sobre as verbas salariais, diante desse fato, o trabalhador pode ficar tranquilo, esse reajuste já está garantido se formos discutir em juízo, mas continuaremos esperando uma proposta melhor.
A hora de reconhecer o empregado é agora, é isso que todos esperam.