0 ETERNO AÃOITE à CLASSE TRABALHADORA Prezados Cooperários, Em 2020 completaremos 4 anos seguidos de ataque a classe trabalhadora formalizada. Uma perseguição histórica, regada de seguidas promessas mentirosas que nunca se concretizaram e que ainda continuam se pronunciando como modelo de âsalvação da classe trabalhadoraâ. O que vem acontecendo é uma total inversão de valores na relação de trabalho, os problemas do Brasil desde o inÃcio de 2019 são os âexcessosâ de direitos, parece piada, mas é isso que se ouve todos os dias nos noticiários e nas Medidas Provisórias editadas pelo Governo. A inversão de valores é tão grande que em vez de levar direitos, e deveres é claro, à classe trabalhadora informal preferem acabar com os direitos dos trabalhadores formais CLT,para que todos caiam na vala comum. Primeiro veio a Reforma trabalhista, entre muitas maldades, já que algumas não passaram pelo congresso, as que mais afetaram os trabalhadores foram a falta do financiamentosindical (imposto sindical) e da exigência das rescisões sob homologação sindical. O fim do imposto sindical exterminou uma gama enorme de sindicatos de várias categorias, deixando milhões de trabalhadores desamparados, sem saber a quem recorrer. Todo trabalhador, nós inclusive, é conhecedor dos abusos, desvios e mal-uso do dinheiro do imposto sindical. Mas todos os sindicatos são desonestos? A solução era só essa? Não tinha outra? Queriam acabar com a contribuição ou com a atividade sindical? A maldade estava pronta e o trabalhador não teve a capacidade de ver, muitos até comemoraram o fim do imposto sindical sem ligar uma coisa à outra, esse foi o grande erro da classe trabalhadora. A atividade sindical hoje está agonizando e junto com ela os direitos trabalhistas, as demissões acontecem longe dos sindicatos e na esmagadora maioria das vezes sem pagar nenhum dos direitos legais dos empregados. O Sintracoop está vendo isso na prática,em tanto 2019 como em 2020 em cooperativas mal administradas. Meus amigos, vocês não imaginam como é triste e a revolta que nos dáao ver isto acontecer. à muito frustrante reconhecer as limitações que nos impuseram para ajudarmos Pais e Mães de famÃlia na hora que mais precisam. Não podemos esquecer que, entre as tantas maldades está a mais perversa onde o trabalhador deve indenizar a empresa quando ingressar com processos trabalhistas e perder. Os discursos, os ataquesà classe trabalhadora continuam e semprequestionandoos históricos direitos conquistados,muitos há mais de 70 anos, principalmente sua precária, mas necessária previdência social. à muita maldade em tão pouco tempo, logo após a reforma trabalhista se impõe uma reforma perversa da Previdência sobre os trabalhadores CeLeTistas, adiando ou até impossibilitando suas aposentadorias no futuro. Essa reforma atacou a todos os trabalhadores, o tempo irá mostrar, mas em especial a minha faixa etária foi a mais prejudicada. No meu caso faltavam 4 anos para me aposentar e após a reforma passaram a faltar 10 anos. São 6 anos sem receber meus direitos construÃdos com 35 anos de trabalho e contribuição e ainda terei de pagar por mais 6 anos, o que me darão ao final da jornada 41 anos de trabalho para poder me aposentar. Quantos trabalhadores sabem disso e fizeram suas contas além de mim? Converso com vários trabalhadores, por todos os cantos, tanto ao vivo como por telefone e tenho a triste constatação que não sabem de nada! E muitas vezes nem procuraram saber! Não podemos esquecer de outras maldades, como a mudança no cálculo do valor do benefÃcio e a redução de 50% do valor a ser pago aos pensionistas (cônjuges), incluindo ainda a obrigação da pessoa optar em receber apenas um dos benefÃcios, ou a aposentadoria ou a pensão. Infelizmente, muitos trabalhadores apoiaram e outros tantos continuam apoiandoas pessoas que nos açoitam, inocentemente acredito, mas apoiam. O mal é invisÃvel e silencioso. âà durante as fases de maior adversidade que surgem as grandes oportunidades de se fazer o bem a si mesmo e aos outros.â Dalai Lama à o que o Sintracoop estáfazendo neste momento, tanto apoiando e defendendo o trabalhador, como lhe informando e orientando sobre os fatos. Platão disse: "O conhecimento é atemporal, indestrutÃvel,já a ignorância é o mal dos séculosâ. Mas precisamos refletir sobre o que disseAristóteles: âO ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete.â Que todo trabalhador a partir de hoje seja apenas sábio ou sensato, mas nunca mais ignorante. Duvide e reflita sempre! Não podemos esquecer jamais do açoite viral com a extinção do Ministério do Trabalho e Emprego e logo em seguida em seu completo desmantelamento e sucateamento. O trabalhador ficou sem Sindicato e sem Ministério do Trabalho, ou seja, sem defesa e sem fiscalização. Mas criaram o importante e necessário Ministério da FamÃlia e dos Direitos Humanos. Vamos então aplicar Aristóteles! Alguma famÃlia resiste sem trabalho? E os direitos do trabalho não são humanos? Como proteger a famÃlia sem proteger o trabalhador? Como defender direitos humanos extinguindo direitos trabalhistas? Os açoites não param, continuam e com intensidade maior, sempre com muita maldade e malÃcia. Lembrando novamente Aristóteles! Vamos analisar as últimas Medidas Provisórias â MPs MP 927 â Medidas trabalhistas para enfrentamento da crise. Sem nenhuma justificativa plausÃvel inserem maldades nummomento tão sério quanto esse, aproveitam de forma vil e covarde a oportunidade para desvalorizar a classe trabalhadora. A mais cruel das maldades estava no extinto Art. 18, que jamais poderá ser esquecido por nós trabalhadores, suspensão do contrato de trabalho por 4 meses sem remuneração esem negociação com o Sindicato. A maldade era tanta que o covarde editor da MP acabou revogando o artigo,vergonhosamente,horas depois de publicar com a descarada explicação de ter sido âmal interpretadoâ. Mas a maldade não está na interpretação está nas atitudes. Art. 29. - Os casos de contaminação pelo coronavÃrus (covid-19) não serão considerados doenças ocupacionais. Que absurdo, a doença ocupacional vem da negligência do empregador em seguir normas de segurança. Sem o registro da doença ocupacional o trabalhador não pode requerer o auxÃlio doença do INSS e tampouco exigir indenização futura da empresa que lhe impôs riscos. Na cabeça doentia destas pessoas o trabalhador pode adoecer, ficar em casa, sem remuneração e sem receber o auxÃlio do INSS, um direito dele. Que covardia, só pensavam na economia do estado aonão pagar este benefÃcio aos empregados contaminados se esquecendo que é um direito deles, pois são e estão âseguradosâ quando pagam suas contribuições obrigatórias ao INSS. Art. 30. Os acordos e as convenções coletivos podem ser prorrogados por de cento e oitenta dias a critério do empregador. Outra maldade. Porque prorrogar por tanto tempo, meio ano, a crise vai durar 6 meses? Como prorrogar algo vencido? Porque a decisão é somente critério do empregadorexcluindo o sindicato? O Sindicato não serve para nada? Porque querem excluir aquele que defende o empregado, como define a nossa Constituição? Art. 31. Obriga os fiscais do FalecidoMTE a não autuar, multar e a apenas agir de forma orientadora nas infrações da lei trabalhista. O que a autuação sobre irregularidadestem a ver com proliferação do vÃrus? Porque proteger o mal empregador e expor o empregado a situações de risco? São nestes momentos que o trabalhador fica mais vulnerável e não pode ser abandonado através de medidas provisórias. Art. 36. Valida medidas trabalhistas, descritas na MP, adotadas por 30 dias antes do inÃcio da crise. Algum empregador já sabia destas medidas? Porque estender a quem agiu antes do prazo? Porque agiu? Como ficou sabendo disso? São questionamentos, que toda pessoa sensata deve fazer! MP 936 â Institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. Reconhecemos que é uma medida oportuna, importante e vem, mesmo que precariamente, preservando alguma renda aos trabalhadores. Mas não precisava inserir maldades neste momento tão delicado e desesperador para a classe trabalhadora. Além é claro de MP não ter sido clara quanto à s regras de participação das empresas, temos cooperativas com mais de 80 milhões de receita ano, operando com sobras em valores vultosos, que não será atingida pela crise do coronavirus fazendo redução de salário dos empregados. Precisa disso? Lembrando que a MP dá a ela o direito de fazer sem nos comunicar. Art. 8º - Noinciso II do § 2º o artigo autoriza o empregado, sem salário ou com o seu valor reduzido, a recolher facultativamente para previdência. Meu Deus! Parte o coração! Mais uma vez agem de forma vil olhando apenas o dinheiro. Primeiro adiam a aposentadoria do trabalhador por anos, obrigando-o a continuar contribuindo, sem garantia de mercado de trabalho formal para manter suas contribuições, depois se preocupam em desconsiderar esse mÃsero perÃodo de suspensão do contrato de trabalho como cálculodo tempo de contribuição. Porque ser tão sovino, tão avarento? Além de avarento é sarcástico e covarde considerando o momento que estamos vivendo. Art. 10. - Este artigo fere a inteligência do trabalhador,a MP oferece estabilidade ao mesmo tempo que em seu § 1º oferece a possibilidade da dispensa sem justa causa. A equipe usa a maldade,considerando a ignorância do trabalhador, abusa da sua inteligência. Porque fazem isso? Por que nos consideram incapazes de julgar seus atos? Porque continuam a nos atacar? Pela nossa letargia? Art. 11. Este artigo responde à s perguntas acima ao deixar a participação dos sindicatos somente nos acordos de redução e suspensão de trabalho para trabalhadores querecebem entre 3 a 12 salários mÃnimos. Porque esta faixa de salário? Porque retirar os sindicatos? Não representamos todos? - O sucateamento e desmoralização do FGTS, autorizando saques, transferindo recursos e desvirtuando seu principal papel que é financiar qualidade de vida do trabalhador e geração de emprego. Agora vem a mais nova e descarada mentira para tirar o paÃs da crise, a criação da âcarteira verde e amarelaâ. Lembrando que esta MP905 venceu, mas estão prometendo retornar com ela. Estas pessoas, não tem noção do que fazem, ao mesmo tempo que agem tentando sovinamente preservar dispêndios do estado, abrem mão de recolhimentos que tanto no presente quanto no futuro irão contribuir para a segurança do sistema previdenciário. Estão criando duas categorias de trabalhadores, a que custa pouco para o empregador, com a carteira âverde e amarelaâ e a que custa caro para o empregador o trabalhador CLT, comum. Quem você acha que sairá perdendo? Ao mesmo tempo que aumentam o tempo de contribuição do trabalhador formal, impõe a ele riscos para manter seu posto de trabalho. Como explicar tamanhas insensatez. Parafraseando Barack Obama âna polÃtica e na vida a ignorância não é uma virtudeâ. Precisamos ser mais sábios ou pelo menosmais sensatos, diante de tantas ameaças que nos cercam. Por isso tudo perguntamos: Seguindo por este caminho, criando postos de trabalho âverdes e amarelosâ sem contribuições previdenciárias teremos no futuro recursos para garantir pagamento aos aposentados e aos que se aposentarão? Este perÃodo trabalhado desta nova âcategoriaâ de trabalhadores será contado para sua aposentadoria? Que sentido fez então esta reforma previdenciária se o governo agora abre mão de contribuições? Continuará existindo mercado informal retirando direito do trabalhador formal? O que é melhor para a sociedade, formalizar os informais ou informalizar os formais? Numa sociedade baseada no consumo trabalhadores informais nunca assumirão compromissos de longo prazo como financiamento de bens duráveis, automóveis e imóveis. Qual a confiança e a capacidade destes trabalhadores em assumir compromissos de longo prazo? Qual a capacidade destes trabalhadores de consumirem produtos que não sejam para sua subsistência e manutenção de sua renda? Qual economia cresce apenas com o consumo de subsistência? E o trabalhador formal, tendo seus direitos atacados, também continuará a assumir compromissos de longo prazo? Terá confiança para esse ou outros compromissos? Será que não é esta falta de confiança, originária das ameaças, que vem travando nossa economia há 3 anos? Nossa sociedade está entrando num ciclo vicioso e perigoso, ninguém está medindo consequências e se esquecem que estes direitos foram construÃdos ao longo de 70 anos e agora estão sob ameaça de acabarem em menos de 2 anos. Iremos encarar mais 70 anos para que nossos filhos e nossos netos possam ter algum direito que tivemos? Que sociedade é essa que não cuida do futuro dos seus cidadãos e das novas gerações? Onde e como estarão, daqui há alguns anos, os covardes que nos atacam? Onde nós estaremos? Sejamos mais Aristóteles! Em tempo, usei o tÃtulo açoite para fazer uma analogia ao termo usado para maltratar escravos. A elite dominante que eracontra o fim da escravidão, apregoava que ao pagar o empregado negro e lhe conceder direitos, o paÃs inteiro iria quebrar. Mas o que se viu foi o contrário, a nova classe trabalhadora surgida com o fim da escravidão estimulou o consumo e a economia com o fruto dosproventosrecebidos pelo seu trabalho. Os negros que viviam em masmorras agora tinham valor no mercado de trabalho e o fruto de seu trabalho era investido na melhoria de qualidade de vida sua e de seus entes queridos. Estes novos consumidores impulsionaram a economia durante anos, contrariando todos os âmessiasâ daquela época. "Parabéns trabalhadores. Hoje é o seu importante e merecido dia. O descanso é o maior estÃmulo ao trabalho! Curta seu dia de descanso e recarregue suas energias para a luta! Estamos juntos nessa batalha. Um abraço a todos. Marcelino Botelho Presidente - Sintracoop
- ACORDO PPR 2019 – SICOOB CREDIGERAIS
- PARECER JURÍDICO SOBRE APLICAÇÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA 936 SOBRE O CONTRATO DE TRABALHO